Blog SISPONTO

11 de novembro de 2025

Desenvolvimento neurológico do bebê: quando se preocupar e quais sinais observar


imagem de um bebe dando um passo

O desenvolvimento neurológico do bebê é um processo essencial para compreender como o cérebro humano evolui desde os primeiros dias de vida.

É nesse período que acontecem transformações intensas e invisíveis a olho nu, mas fundamentais para o futuro da criança. 

Entender como o cérebro se desenvolve ajuda os pais a reconhecerem conquistas, variações e possíveis sinais de alerta com mais segurança.

 

No conteúdo de hoje, vamos entender o que significa esse desenvolvimento neurológico, quais são os marcos esperados em cada fase e, sobretudo, como lidar com as dúvidas e ansiedades que surgem ao longo dessa jornada. 

Continue acompanhando e boa leitura!


O que é o desenvolvimento neurológico e como ele acontece nos primeiros anos

O desenvolvimento neurológico do bebê refere-se à maturação do sistema nervoso, responsável por permitir funções motoras, cognitivas, sensoriais e emocionais cada vez mais complexas. 

Diferente do crescimento físico, que mede altura ou peso, o desenvolvimento neurológico mostra o que o bebê é capaz de fazer, como sustentar a cabeça, balbuciar ou reagir a estímulos.


Nos primeiros anos, o cérebro passa por uma intensa criação de conexões, a
sinaptogênese, e também pelo refinamento das conexões cerebrais, que elimina ligações pouco usadas e fortalece as mais importantes. 

Além disso, o ambiente tem papel determinante: o toque, o olhar e a fala dos cuidadores são estímulos que fortalecem o vínculo afetivo e moldam o cérebro. 

Portanto, o desenvolvimento neurológico do bebê depende tanto da biologia quanto das experiências diárias.


Principais marcos esperados por faixa etária

Cada fase do desenvolvimento neurológico do bebê traz conquistas importantes. Conhecê-las ajuda a acompanhar o progresso e identificar sinais que merecem atenção.


0 a 3 meses

  • Sorri socialmente e fixa o olhar em rostos.
  • Reage a sons e levanta a cabeça quando está de bruços.

4 a 6 meses

  • Balbucia sons como “aah” e “uuh”.
  • Segura brinquedos e sustenta a cabeça com firmeza.

7 a 12 meses

  • Senta sem apoio e pode começar a engatinhar.
  • Responde ao nome e fala sílabas simples (“ma-ma”, “da-da”).

12 a 24 meses

  • Dá os primeiros passos e diz palavras com significado.
  • Aponta para o que deseja e segue instruções simples.

2 a 3 anos

  • Forma frases curtas e brinca de faz de conta.
  • Corre, chuta bola e demonstra mais independência.


É importante deixarmos claro que, esses marcos servem como referência, não como regra. Ainda assim, quando o bebê não os alcança dentro de uma margem de tempo razoável, é importante observar e buscar orientação profissional.


Diferença entre variações normais e atrasos no desenvolvimento

A frase “cada criança tem seu tempo” é parcialmente verdadeira. 

Fatores como estímulo, ambiente e personalidade influenciam o ritmo do desenvolvimento. Contudo, é importante se atentar, pois usar essa frase para adiar a busca por avaliação pode ser um erro.


Alguns bebês apresentam atraso isolado, como na fala, mas mantêm as demais áreas dentro do esperado. Já o atraso global afeta várias áreas ao mesmo tempo, motora, social, cognitiva ou sensorial, e exige atenção imediata.


Em contrapartida, pequenas variações são normais. Ainda assim, a observação contínua e o diálogo com o pediatra são fundamentais para diferenciar o que é apenas uma variação natural de um atraso que precisa de acompanhamento.


Sinais de alerta que podem indicar necessidade de avaliação

Durante o desenvolvimento neurológico do bebê, alguns sinais merecem atenção especial. 

Eles não indicam, necessariamente, um problema, mas sugerem que é importante buscar avaliação médica. Confira as principais funções que devem ser observadas:


Motora

  • Não sustenta a cabeça até os 6 meses.
  • Não senta sem apoio até os 9 meses.
  • Não anda até os 18 meses.

Social e emocional

  • Não sorri até os 4 meses.
  • Evita o contato visual.
  • Não aponta ou demonstra interesse em interagir.

Sensorial

  • Reage de forma exagerada a sons, luzes ou toques.
  • Mostra pouca ou nenhuma reação a estímulos.
  • É muito seletivo com texturas ou alimentos.

Linguagem e comunicação

  • Não emite sons até os 4 meses.
  • Não responde ao nome até 1 ano.
  • Não fala palavras simples até 18 meses.
  • Perde habilidades que já havia adquirido.


Esses sinais não devem gerar pânico, mas sim atenção e ação. O olhar dos pais, aliado ao apoio médico, é essencial para garantir o acompanhamento adequado.


Quando os pais devem buscar orientação médica ou avaliação especializada

Os pais devem procurar o pediatra sempre que notarem que o bebê não está atingindo os marcos esperados. 


O profissional pode aplicar testes de rastreio, como o
M-CHAT-R/F, usado entre 16 e 30 meses para avaliar risco de autismo, e indicar especialistas se necessário.


Além disso, a Caderneta de Saúde da Criança é uma ferramenta valiosa. Nela, é possível acompanhar o
desenvolvimento neurológico do bebê, registrar observações e identificar mudanças com clareza.


Portanto, diante da dúvida, não espere. Buscar ajuda cedo é o melhor caminho para garantir o bem-estar e o crescimento saudável da criança.


A importância do diagnóstico precoce e das intervenções adequadas

O diagnóstico precoce é essencial porque o cérebro infantil é altamente plástico, ou seja, tem grande capacidade de aprendizado nos primeiros anos.

Intervenções bem orientadas, como fonoaudiologia, terapia ocupacional ou metodologias como ABA, favorecem a comunicação, a interação e o desenvolvimento global.


Nesse sentido, vale destacar que o
Sistema Único de Saúde (SUS) passará a aplicar o teste de triagem para autismo em crianças entre 16 e 30 meses, ampliando o alcance das ações de rastreio precoce e reforçando a importância de iniciar o acompanhamento antes mesmo do diagnóstico fechado.


Com isso, o
desenvolvimento neurológico do bebê pode seguir um curso mais equilibrado, e a criança terá maiores chances de alcançar todo o seu potencial.


Como lidar com a ansiedade e evitar comparações

É natural que os pais se sintam ansiosos ao comparar o desenvolvimento do seu bebê com o de outras crianças. Entretanto, comparações geram expectativas irreais e insegurança.

Por outro lado, observar com atenção é o caminho mais saudável. Compare o bebê apenas com ele mesmo, e use os marcos de referência como ferramenta de cuidado, não de pressão. 


O papel da escuta pediátrica e da observação familiar 

O acompanhamento ideal do desenvolvimento neurológico do bebê depende da parceria entre família e pediatra. 

O médico orienta e monitora, enquanto os pais observam diariamente os pequenos detalhes que fazem toda diferença.


Caso o profissional minimize suas preocupações, é direito da família buscar uma segunda opinião. 

Em contrapartida, manter um diálogo respeitoso e constante com a equipe médica ajuda a garantir um acompanhamento assertivo e acolhedor.

Caminhos de cuidado e aprendizado contínuo

Acompanhar o desenvolvimento neurológico do bebê é uma jornada que combina amor, paciência e informação. 

Entender os marcos, reconhecer sinais de alerta e agir cedo são passos fundamentais para garantir um futuro mais saudável e feliz.


A
Edu Autista é referência em conteúdos sobre autismo, e serve como ponte de informação e acolhimento para quem convive com o espectro de forma direta e indireta. Nossa missão é informar com empatia, ajudando famílias e profissionais a ver o mundo sob uma nova ótica.

Continue aprendendo conosco: confira outros artigos relevantes em nosso blog.


Posts Relacionados >>>>>>

Por Comunicação Sisponto 7 de novembro de 2025
Entenda sobre o novo afastamento dentro de 60 dias lei, saiba o que diz a lei e como o seu RH deve lidar de acordo com cada situação.
imagem de uma pessoa no caixa de um supermercado com um cartão na mão.
Por Comunicação Sisponto 30 de outubro de 2025
Entenda se a empresa é obrigada a pagar vale-alimentação, o que diz a CLT, e como garantir segurança jurídica para sua empresa.
homem olhando relógio
Por Comunicação Sisponto 17 de outubro de 2025
Descubra o que é hora noturna reduzida, como aplicar e as exigências segundo a CLT. Confira as principais dúvidas e exemplos práticos.